P elo menos 34% dos brasileiros admitem serem supersticiosos, 20% confessam ter alguma superstição para trazer sorte em suas vidas amorosas e 14% acreditam que isso já tenha acontecido em algum momento no passado. Esse dado é fruto de uma pesquisa desenvolvida pelo app Badoo, na qual 16% concordam que não seguir superstições de relacionamento os impediria de encontrar um parceiro no futuro.
Se a superstição já está intimamente ligada à busca do parceiro ou parceira, quando a pessoa ideal é encontrada ela não abandona os casais. Não é à toa que uma série de crenças estão relacionadas a grande data. O dia do casamento tem uma série de costumes que já viraram tradição nas festas e que têm origem nas superstições e as noivas, principalmente, não abrem mão.
Mas antes, vamos entender um pouco esse fenômeno.
Por exemplo, acreditar que ter uma pata de coelho no chaveiro traz boa sorte. Não há provas de que isso seja verdadeiro, mas algumas pessoas pensam que sim. E esse é o único motivo para esse ser um “objeto de sorte”.
Segundo Bruce Hood, diretor do Centro de Desenvolvimento Cognitivo da Escola de Psicologia da Universidade de Bristol, na Inglaterra, e especialista em mitos e superstições, os humanos são seres deterministas causais, ou seja, enxergam tudo — fenômenos relacionados à vida e morte, ao mundo etc.— como sendo causado por algo ou alguma coisa.
Assim, criamos associações o tempo todo, em um processo automático, para tentar achar padrões que expliquem e organizem as informações que recebemos todos os dias. O problema é que, quando não há uma explicação clara aparente, o cérebro acaba fazendo uma associação que não é 100% racional. É daí que nascem as superstições...
Seja como for é praticamente impossível falarmos de casamento sem falarmos de todas as superstições que estão relacionadas. São tão comuns e tão enraizadas que de certeza já ouviu falar delas e, em muitos casos, nem se deu conta de que se tratava de uma superstição.
Noivo não pode ver a noiva antes do casamento
Segundo a superstição, se isso ocorrer, o casal terá má sorte. A origem dessa tradição é antiga e remete aos casamentos arranjados. Segundo a tradição, se os noivos se casassem sem se conhecer, as chances de desistir era menor, permanecendo em união por muito mais tempo.
O vestido branco e uma prova de amor
A cor tem diversas ideias atreladas: remete à pureza e ao amor. Isso foi iniciado no século 19 pela rainha Vitória - da Inglaterra. Ela subiu ao altar com um vestido de renda branco, feito à mão. O fato foi marcante porque essa rainha, segundo os relatos, foi a primeira a se casar por amor, e não apenas por interesse da monarquia.
O véu da noiva como proteção
Há algumas teorias em torno dessa superstição. Com origem na Grécia Antiga, diz-se que tem o propósito de cobrir o rosto da noiva para afastá-la do mau-olhado. Uma outra versão é de que o véu surgiu para proteger a noiva de possíveis admiradores. Já a terceira suposição é de que apenas as noivas que casavam pela primeira vez poderiam usar véu, pois o acessório representa a pureza.
Usar algo novo, algo velho, algo emprestado e alguma coisa azul
Essa superstição foi importada dos EUA e recomenda que as noivas vistam algo antigo (que pertence à família), como um anel, colar ou brinco, por exemplo, e isso serve para reverenciar o passado e trazer a energia da tradição familiar para o grande dia. Já usar algo novo significa novas experiências e positividade. Ter alguma coisa emprestada, que seja de algum casal que os noivos admiram, que seja exemplo de uma união feliz, quer dizer que a energia deles estará presente em sua celebração. Já a cor azul, remete à felicidade, pureza e amor eterno.
Chuva de fertilidade
Chover no grande dia pode até ser mal visto quando o aspecto é a celebração, principalmente se for em local aberto, mas do ponto de vista da superstição é um ótimo sinal. Se as águas romperem o céu no dia do casamento, significa limpeza de pensamentos e de emoções negativas e que a fertilidade irá visitar o casal em breve.
As damas de honra
Essa é mais uma das práticas que parecem tradição, mas tem origem supersticiosa – e até meio macabra. A presença das damas de honra teve origem na Idade Média, onde acreditava-se que, se existissem outras pessoas vestidas de noiva, iria confundir espíritos malignos e energias obscuras não iriam conseguir identificar a noiva real. Na prática, as damas servem como escudo e amuleto, uma proteção para as noivas.
As alianças no dedo do coração
Com surgimento na tradição Egípcia, a aliança é um círculo que representa a eternidade, pois não tem início e nem fim. Colocar a aliança no dedo anular esquerdo, vem de uma tradição grega. Eles acreditavam que nesse dedo existe uma veia que vai direto para o coração, fazendo assim, que o casal permaneça sempre unido pelo amor.
Chuva de arroz
Atirar arroz nos noivos logo na saída do casório é um dos ritos mais simbólicos dos casamentos. Ele é feito logo após o “sim”, normalmente ainda na saída da igreja ou cartório e tem uma forte simbologia: o desejo de boa sorte aos noivos com o arroz representando prosperidade e felicidade ao novo casal.
Buquê e a declaração de amor
O buquê surgiu na Grécia antiga e era inicialmente feito com alho e algumas ervas, para afastar o mau-olhado. O buquê no formato como o conhecemos atualmente surgiu na época Vitoriana, quando os sentimentos não podiam ser declarados abertamente. Por isso, a noiva o usava para demonstrar amor pelo futuro marido.
Jogar o buquê
Já a prática de jogar buquê surgiu no século 15, na França. Os supersticiosos acreditam que a próxima solteira a pegar o buquê seria a próxima a se casar. Na época, mulheres solteiras cortavam um pedaço do vestido da noiva para dar sorte às amigas na hora de encontrar um marido. Com o tempo, para não estragar o vestido, ficou decidido que a melhor maneira era dar um acessório da noiva para as amigas solteiras. A partir daí, o buquê passou a ser jogado ao final das festas.
Entrar no quarto com a noiva no colo
Parece só uma brincadeira, mas é uma superstição que tem origem oriental em uma época em que se acreditava que maus espíritos estavam esperando os noivos na porta da suíte nupcial. Sendo assim, para proteger a noiva, o noivo deveria carregá-la em seus braços.